Percepção do Agro Brasileiro na Europa

Percepção do Agro Brasileiro na Europa

Percepção do Agro Brasileiro na Europa exige comunicação

Na plenária do 8º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), em São Paulo, apresentei as 12 conclusões da Pesquisa de Percepção do Agro Brasileiro na Europa: Alemanha, França, Reino Unido, e República Checa.

O estudo foi conduzido pela consultora europeia OnStrategy, com coordenação da Biomarketing, patrocínio da Serasa Experian e apoio da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e tem como foco identificar as percepções existentes em três categorias: cidadãos, jornalistas e distribuidores.

Listo abaixo as 12 conclusões da pesquisa:
Realizamos o que os mercados e cidadãos do mundo desejam, mas falta inteligência estratégica de comunicação, vendas e planejamento estratégico.
O Brasil é um gigante desconhecido. Da base de 590 mil fontes pesquisadas, 57% disseram não conhecer nada sobre o agro brasileiro. Apenas 11,2% disseram conhecer bem e, no nível de cidadãos, máximo 8,8%. Na categoria jornalistas, foram os franceses que demonstraram maior percentual: 31,1%.

A marca Agro Brasileiro tem percepção superior à marca Brasil. Quer dizer, o setor traz mais visibilidade ao país, do que o país ao setor. 
Um agro brasileiro focado em commodity e com ausência de diferenciação. Não apenas dos “terroir” brasileiros, onde indicação geográfica e denominação de origem fazem parte, como também nos sistemas inovadores da originação como Plano ABC, agro regenerativo, ILPF, bioinsumos, bioeconomia, bioenergia.

Prosperidade precisa vir acompanhada de empregabilidade e cidadania para todos. Há uma expectativa da opinião pública para que o agro abrace a todos. Sob esse ponto, o movimento cooperativista será de vital importância numa estratégia de comunicação. 
Há um vácuo de lideranças credíveis, fortes e sustentáveis numa visão sistêmica. 

O estudo revela serem os jornalistas os que mais buscam conhecer o agro brasileiro. Jornalistas e mídias são os que influenciam o cidadão e criam a opinião pública.

Viva o Rei Café, é ainda o maior destaque da percepção do agro brasileiro. 

Não basta comunicar, precisaremos conquistar corações e mentes. A pesquisa revela forte importância da cidadania, do carisma, dos valores humanos por meio do alimento, energia, meio ambiente e do social. 

Marca Brasil e marca Agro do Brasil, um cordão umbilical precisa nos reunir. Em tabelas do estudo fica também evidente a necessidade de conduzirmos junto com a cadeia agroalimentar, energética e ambiental as questões culturais, artísticas, educacionais, científicas e turísticas. 

Somos resultado da ciência que trouxemos para o país e a tropicalizamos. Aprendemos a produzir em terras fracas. Não basta falar o que fazemos, precisamos provar. Para isso será vital rastreabilidade, certificações, seminários, estudos de caso com a juventude mundial, colocar o jovem brasileiro conversando com o jovem do mundo, e a mulher agro brasileira conversando com a mulher do planeta.

O desafio dos desafios, o desconhecimento do Brasil. A imagem brasileira será do tamanho do Brasil. E o Brasil será do tamanho da sua imagem. Aquela que temos o dever de construir. 

Essa pesquisa é um ponto de partida. Há muito a ser feito, cadeia produtiva a cadeia produtiva, mas sem jamais esquecer do poder da percepção. As realidades do agro brasileiro são muito maiores do que suas percepções. E são vitais para a vida no planeta terra. Comunicação não é arte nem ciência é o dom da empatia com evolução: o capital afetivo que leva o ser humano do sonho a realização. Brasil, um sonho tropical em construção!

 

José Luiz Tejon
Palestrante, professor e autor
Gestão de vendas, marketing em agronegócio, liderança, motivação e superação humana.

 

Date

14 Dezembro 2023

Tags

Colunistas, José Luiz Tejon

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