Entrevista com Fabiola Possoli (Bibi) - Grupo Possoli

A importância da Liderança das Mulheres em todos os setores profissionais.

As mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança no Brasil, de acordo com uma pesquisa realizada pela Grant Thornton.
35% dos postos de presidente-executivo (CEO) são ocupados por mulheres, um ponto percentual abaixo do apurado em 2021. A média global é de 24%.
47% estão em cargos de liderança financeira. O resultado é superior ao verificado em 2021 (43%).
6% das empresas afirmaram não manter mulheres em cargos de liderança. O resultado ficou abaixo também da média global (10%) e da América Latina (11%).
Nossa entrevistada, Fabiola Possoli (Bibi), Diretora de Marketing e Finanças do Grupo Possoli, fala da ascensão do grupo e do amor em atuar numa empresa familiar.


“Temos muito orgulho de ser uma empresa familiar.”



O Grupo Possoli possui as empresas de Transportes Possoli, Transportes Ronaza, Possoli Veículos (Criciúma), Possoli Caminhões (Cascavel) e Possoli Caminhões (Vitorino), ambas são concessionárias autorizadas IVECO.

Como iniciou o grupo Possoli?

Meu pai era caminhoneiro, ele e minha mãe fundaram as empresas. Tenho mais dois irmãos, minha irmã mais velha trabalha no jurídico e o meu irmão trabalha na área comercial, meu pai e minha mãe continuam trabalhando na empresa desde a sua fundação, há 35 anos. Meu pai é presidente do grupo e minha mãe responsável pela área contábil e administrativa da empresa.

Temos muito orgulho de ser uma empresa familiar!
Voltando lá no início, como citei, meu pai era caminhoneiro, então nossa história dentro do ramo de transportes veio da trajetória dele. Meu pai é natural de Santa Catarina, minha mãe do Paraná, eles se conheceram no Paraná, casaram e sempre trabalharam juntos, ela dirigia caminhão também.


Aqui em casa é assim, o que for preciso fazer a gente faz. Sempre trabalhamos muito e uma coisa que eu sempre falo é que: de caminhão a Possoli entende! porque isso é a base da nossa família.
Nós sempre vivenciamos isso, passamos por vários momentos dentro da área de transportes, várias evoluções, hoje temos caminhão que praticamente dirige sozinho, mas partimos do caminhão manual, com troca de caixa, tivemos muita evolução de produtos e acessórios.

Sua vinda para a empresa.

Eu iniciei aos onze anos de idade. Nós tínhamos os Transportes Possoli na época e eu ajudava minha mãe no financeiro. Tenho uma boa lembrança, muito clara, eu pegava o jornalzinho para calcular a URV, que foi a transição da moeda do Plano Real. Minha mãe fazia todo o financeiro, eu pegava o “malotinho” e ia para o banco, fazia o serviço de boy e voltava para a empresa, eu estudava de manhã, então, ficava no período da tarde na empresa com ela. Nossa vida sempre foi dentro da empresa, somos uma empresa familiar!

Formação e princípios.

Meus pais sempre me incentivaram, por termos origem de família simples, damos muito valor ao trabalho. Tudo o que temos e construímos juntos foi com muito suor e entrega de todos da família.
Escolhi fazer faculdade de direito, me formei, mas não atuo na área. Acabei focando na área financeira. Iniciei gerenciando a unidade de Cascavel e fui aprimorando, me especializando e me tornei a diretora financeira de todo o grupo. Hoje, toda a parte de finanças é sobre a minha responsabilidade, nesses quase 30 anos de trabalho dentro da empresa.

Morei em Cascavel para cuidar da unidade e me especializar em gestão financeira, fiquei na cidade aproximadamente durante 15 anos e agora voltei para SC. Continuo trabalhando na parte financeira dentro do grupo. Com a pandemia acabei me especializando em trabalhar em home office, isso ajudou bastante no meu dia a dia. Então, trabalho de casa, mas comando toda essa parte financeira, área administrativa e também o setor de marketing que fica no meu encargo.

Parceria IVECO.

Em 1999 começamos com a concessão da marca IVECO em Criciúma SC. Depois adquirimos a unidade Cascavel-PR e alguns anos depois na cidade de Vitorino na região de Pato Branco no Paraná.
Quando a IVECO veio para o Brasil montar as concessões que, na época, o produto não era produzido no Brasil, iniciamos praticamente junto com a marca.

Eram poucas concessionárias no Brasil, mas a Possoli já era uma das autorizadas. Iniciamos com uma sala dentro da transportes com a bandeira da marca que, na época, não tinha nome no mercado brasileiro. Foi muito trabalhado, sempre tivemos muito amor pelo que a gente fez e faz até hoje, muita dedicação. Nós temos muito orgulho do produto que a gente vende, muito orgulho da nossa marca, a nossa transportadora 100% IVECO, lógico!

Como é atuar em uma empresa familiar?

Teve um período em que as empresas familiares não eram vistas com bons olhos, que tinham que sair desse âmbito. Mas a nossa família é muito unida, sempre foi, sempre atuamos muito bem juntos, realmente a gente é uma equipe. Minha mãe formou os três filhos muito bem pra atuarem juntos, temos o mesmo objetivo.

Por mais que tenham divergências e opiniões, mas, cada um seguiu uma área e cada um trabalha na sua área com a maior excelência possível. E hoje, marcas, empresas multinacionais, estão voltando para o mercado como empresas familiares, o maior conglomerado da moda vem representado por uma empresa familiar. Eu vejo isso voltando, e acho muito bacana e isso realmente tem um diferencial. Quando uma família unida, faz por amor, faz por um bem maior, faz porque gosta, tem uma dedicação, não que as outras empresas não tenham, mas, por um lado, a gente acaba vivendo 100% isso.


O prazer, a realização de cada entrega de produto, de ver o nosso cliente feliz, satisfeito, não é mais um na rua, é mais um sucesso, mais um veículo sendo entregue para uma empresa, eu sempre desejo muita prosperidade, crescimento e que leve muitas e muitas felicidades para quem está adquirindo. Esse é o nosso lema! A gente tem muita experiência e sabedoria pra lidar com isso, pra entregar um carro certo para o cliente final.

Como você vê a liderança e a gestão feminina nos setores profissionais?

Eu tenho uma visão um pouco controversa em relação a esse “feminismo” que é pregado hoje. Porque eu entendo que essa diferenciação não se encaixa entre homem e mulher, mas sim entre profissionais. O mercado de trabalho está carente de profissionais, independente do sexo, cor, credo e afins. Hoje, as mulheres dirigem caminhões e estão à frente de grandes empresas, de diversos setores. Então, a carência do mercado é de pessoas capacitadas.

Eu tive o exemplo da minha mãe sempre trabalhando, nunca vi ela em casa ou de férias. O exemplo dela sempre foi o de uma mulher trabalhadora, forte, determinada e com amor no que faz e que sempre deixou claro que todo mundo tem lugar no mercado de trabalho, mas pra isso tem que ser competente e se dedicar.

Minha mãe sempre falou que ela acha muito “errado” quando a gente sai do colégio e já tem que encarar uma faculdade e escolher uma profissão, ela sempre comentava comigo que é melhor a pessoa se lançar no mercado de trabalho, pra ver onde ela se encaixa e depois se profissionalizar. Na época, eu não entendia muito bem, mas é verdade, porque hoje a gente tem vários setores que têm uma carência de pessoas para trabalhar por conta do fácil acesso à faculdade. Teoricamente, existem milhões de administradores que na verdade não têm capacidade pra fazer isso.

Então, eu vejo que, espaço a gente tem! Existem milhares de profissões bacanas, tanta coisa nova que na minha época não existia, só que as pessoas têm que se capacitarem, têm que serem profissionais no que fazem.



 


“Temos muito orgulho de ser uma empresa familiar.”



@possoliiveco

Fotos: @gabrielanevesestudio

 


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