Co-Fundador e CEO da Trinta Dezessete
Matheus Lins criou uma empresa audiovisual, a Trinta Dezessete, que atrai grandes marcas por uma compreensão rara do que o cliente realmente precisa.
É um case de empreendedorismo que toda companhia interessada em disseminar sua imagem precisa conhecer.
Confira a entrevista com esse jovem visionário!
Como surgiu a Trinta Dezessete? Como optaram por esse nome? Comente a visão empreendedora que hoje se destaca no cenário nacional.
A história da nossa empresa começou no meio da pandemia, por volta do segundo semestre de 2020. Sou fotógrafo de casamento, inclusive iniciei minha trajetória no audiovisual na indústria de casamento, mas por conta da pandemia tive toda a minha agenda cancelada devido às restrições de mercado. Foi a partir de uma necessidade que surgiu a ideia da Trinta Dezessete. Não foi algo que eu planejei desde o início, mas sim uma resposta às circunstâncias.
Assim, logo após o início do primeiro lockdown, em março de 2020, dei os primeiros passos para fundar a empresa. Entre abril e junho, Alfredo Soares lançou seu livro "Bora, Varejo", e foi nesse momento que ele me procurou para fotografar a capa do livro. Logo na sequência após fazer esse trabalho, sem nenhum tipo de contato, fui procurado pelo Tallis Gomes após termos nos conhecido em um evento do Gabriel Wickbold, onde fiz uma foto dele no local. Ele pegou meu telefone e, no dia seguinte, me mandou mensagem para fotografar a capa do seu novo livro.
Na sequência fotografei o Thiago Concer e o Davi Braga. Por ter fotografado essas quatro personalidades, a audiência deles entendeu que eu era algum tipo de retratista bastante conhecido no meio dos empreendedores e empresários. Dessa forma, nasceu uma demanda de fotos de estúdio de executivos, com isso, passei um período, entre maio a setembro de 2020, fotografando muito no estúdio.
Com isso, tive uma ideia de levar um amigo que era filmaker, para gravar os bastidores desse processo como se fosse um over delivery (entregar mais do que o esperado) para nosso cliente. Na ocasião, eu custeava do próprio bolso esse valor.
Foi durante uma dessas sessões que o Ricardo, da editora gente, gostou dos nossos materiais e pediu uma proposta para a produção de um vídeo institucional. Foi aí que fechamos nossa primeira proposta e com isso nasceu a Trinta Dezessete.
O nome, não por algo específico, mas por simplesmente ter sido o número (3017) da nossa primeira sala de escritório que tivemos. Em outubro de 2020, um amigo entrou e viu o número na porta e disse “isso dá nome de empresa”. E isso acabou ficando.
No mesmo período, fotografei uma campanha do Alfredo Soares para a Reserva e foi nesse momento, em uma conversa, ele fez uma proposta para entrar como sócio investidor. Logo aceitei, até porque ele sempre foi uma referência para mim, sempre o acompanhei e me inspirei. Foi uma oportunidade legal de trazê-lo para nos ajudar e fazer a construção dessa empresa, algo de certa forma acelerado, levando em consideração de onde saímos e onde chegamos.
Fale-nos sobre as inovações trazidas pela empresa ao setor audiovisual.
Quando falamos de inovação é interessante notar como por muito tempo nos vimos às voltas com o desafio de reinventar, de trazer algo novo ao mercado altamente saturado, onde a demanda é alta e existem diversas empresas fazendo exatamente o que a gente faz. No entanto, creio que um dos grandes sucessos da nossa empresa no mercado é a forma como contamos as histórias.
Por ter feito carreira como fotógrafo de casamentos busquei trazer a filosofia desse segmento para o mercado corporativo.
Então, para um profissional desse meio você não está apenas fotografando um evento, mas sim contando uma história, não apenas para o casal, pais e famílias que viveram aquele dia, mas para as futuras gerações. Não basta apenas criar fotos, mas pensar em uma narrativa envolvente para que as pessoas que não estiveram presentes possam acompanhar a mensagem e se inserirem nesse dia.
Levando isso para o mundo corporativo, é exatamente isso que buscamos, seja em documentários, filmes institucionais ou conteúdo para redes sociais, buscamos sempre construir uma narrativa envolvente. Compreendemos que as pessoas não compram apenas produtos ou serviços, mas sim soluções e pertencimento a uma comunidade. Por isso, nosso foco está em criar conexões emocionais através das histórias que contamos.
Além disso, mantemos uma pressão interna muito grande para entregar o melhor para nossos clientes e o mais rápido possível. Vivemos em um mundo onde a demanda é imediata, e se perdemos esse tempo, muito do impacto desejado é afetado. Um case de sucesso, entre outros, seria da Copa do Mundo de 2022 com a Cimed, uma das patrocinadoras da CBF no evento.
Fomos contratados para criar conteúdo durante o torneio. Desenvolvemos estratégias, roteiros e viajamos com a equipe para a Itália e o Catar para produzir conteúdo diário, mostrando bastidores da jornada da Cimed como patrocinadora até a eliminação da seleção brasileira. Foram cerca de 35 a 40 conteúdos alcançando mais de 150 milhões de pessoas organicamente nos canais do João Adib, Karla Felmanas e da Cimed, muito por conta da nossa narrativa e a entrega ter sido rápida, em tempo real.
Portanto, inovação para nós, não significa necessariamente criar algo completamente novo, mas sim aprimorar o que já funciona e adaptá-lo às demandas do mercado. Como por exemplo, as narrativas curtas, de até 90 segundos, o chamado “fast content”. O consumo de vídeos curtos já é uma realidade e a tendência é que se torne cada vez mais comum. Nosso time tem expertise com a criação, produção e entrega desses materiais, muitas vezes, em tempo real para o cliente.
Certamente, no início da jornada empreendedora, passaram por vários desafios, como superaram esses obstáculos ao longo do tempo?
Com muito esforço. Como toda empresa "self-made", nunca contamos com investimento de capital externo, tampouco aportamos capital próprio no negócio. Alfredo entrou na operação como sócio investidor, mas não com capital, mas sim na aquisição de clientes, e isso, nos permitiu captar recursos para investir em equipamentos que são extremamente caros. Hoje, temos mais de um milhão de reais investidos somente em equipamentos.
Superar obstáculos sempre foi uma constante em nossa jornada. Nunca tivemos um plano B; o plano A precisa acontecer, custe o que custar. Lembro-me de uma situação engraçada no início da empresa, quando fomos gravar um material institucional, logo no primeiro ou segundo mês, para uma empresa de educação. Como não tínhamos os equipamentos de iluminação adequados e não tínhamos recebido o contrato ainda, não tínhamos dinheiro para alugar, com isso, lembro de ter ido em uma loja de materiais de construção comprado uma extensão com bocal de luz, uma lâmpada potente colocando em um difusor para usar aquilo como iluminação para captação dos depoimentos.
Essa capacidade de superar desafios está profundamente enraizada na necessidade de fazer as coisas acontecerem. Ao longo do tempo, ajustamos nosso curso conforme necessário, adaptando às circunstâncias. Tinha tudo para não acontecer, mas fizemos acontecer. Não há plano B; o plano A é o único que importa e que precisa acontecer.
Fale sobre a formação e dinâmica do time da Trinta Dezessete. Como construiu seu time? Afinal, já realizam inúmeros trabalhos com marcas gigantes brasileiras.
Posso dizer que nosso time tem uma capacidade única de atuar em diferentes frentes. Um exemplo recente foi nossa campanha com o Nathanzinho, um dos cantores mais populares da atualidade. Tínhamos um desafio grande pela frente, realizar uma campanha que exigiria um set para cerca de 30 pessoas, mas sem um orçamento robusto para investir nesse tamanho de produção. No entanto, sabíamos que precisávamos fazer acontecer.
Optamos por criar um set mais modesto, onde fotografamos, lançamos e produzimos conteúdo de forma brilhante, tudo isso com seis pessoas do nosso time no set. Essa capacidade de adaptação e de fazer o melhor com o que temos, é uma característica fundamental do nosso time.
Outro aspecto importante é a transparência e a honestidade que cultivamos em nosso ambiente de trabalho. Todos que se aproximam da Trinta Dezessete sabem o que esperar: um ritmo intenso, mas também um ambiente onde nos divertimos enquanto entregamos resultados excepcionais. Nossos clientes confiam em nossa expertise e nos dão liberdade para criar, o que torna as longas horas de trabalho não apenas suportáveis, mas gratificantes.
Conforme crescemos, reconhecemos a importância de trazer profissionais experientes para nos ajudar a construir e expandir o negócio.
Eu e meu sócio, Alessandro, compreendemos que não sabemos tudo e que precisamos de pessoas com conhecimentos específicos para fortalecer nossa equipe e garantir a satisfação do cliente.
Essa maturidade nos levou a buscar talentos com experiência em diversas áreas do mercado audiovisual e da indústria, agregando ainda mais qualidade e segurança aos serviços que oferecemos. Isso mostra que a Trinta vai muito além da presença de seus sócios, mas é uma empresa sólida, com processos muito bem definidos e com um time extremamente competente para atender qualquer cliente.
Como vislumbra os próximos anos da Trinta Dezessete?
A Trinta Dezessete tem vivenciado um crescimento contínuo ao longo dos anos. Hoje, temos uma visão clara de buscar incansavelmente a consolidação no mercado, tanto nacional quanto internacional. Atendemos clientes não só no Brasil, mas também em outros países, como Estados Unidos e Europa.
Nosso objetivo é expandir nossos horizontes, atendendo não apenas os diversos estados do Brasil, mas também estabelecendo presença na América Latina, América do Norte, Europa e além. Visualizamos os próximos anos como uma fase de crescimento ainda maior, mantendo nossa posição consolidada no mercado nacional e abrindo portas para uma expansão global.
Pensando na importância da comunicação digital para qualquer marca, quais são os principais pilares de planejamento oferecidos pela Trinta Dezessete?
Uma das principais preocupações em comunicação digital é compreender a jornada do cliente para consumir o conteúdo audiovisual, seja em vídeos ou fotos. Com a crescente demanda por esse formato, muitas empresas acabam enfrentando dificuldades na forma como se comunicam online, resultando em estratégias genéricas e investimentos que não trazem retorno.
A filosofia da nossa empresa sempre foi olhar com os olhos do cliente, entendendo como ele consome e recebe esse material.
Um exemplo disso é o trabalho que desenvolvemos para a Petland, uma das maiores franquias pet do país. Criamos conteúdos mensais alinhados à forma como eles desejam ser reconhecidos digitalmente pelos seus clientes.
A preocupação e a falta de cuidado com isso fizeram com que encontrássemos uma oportunidade no mercado para conseguir ofertar mais serviços para nossos clientes. Antes, atendíamos apenas as demandas que surgiam. Há alguns dias, a Trinta Dezessete esteve em Nova York registrando a união de gigantes.
Adobe e Microsoft se reuniram na flagship store da Nike, na Quinta Avenida, e mostraram como a tecnologia de ponta pode oferecer personalização escalável e em tempo real para os consumidores.
E a Nike, claro, faz isso como poucas lovebrands no mundo.
Hoje, somos uma produtora de conteúdo que desenvolve estratégias de comunicação para empresas, além de criar projetos inovadores. Esse relacionamento próximo com nossos clientes é fundamental para o sucesso dessa abordagem.
“A filosofia da nossa empresa sempre foi olhar com os olhos do cliente, entendendo como ele consome e recebe esse material.”
“Um dos grandes sucessos da nossa empresa no mercado é a forma como contamos as histórias.”
Qual história você quer contar para o mundo?
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Fotos: Divulgação/ trintadezessete
